Não acesso a minha memória semântica ao falar, com a mesma rapidez e destreza com que a acesso ao escrever. Por quê? Escrever me possibilita abrir portas que, ao falar, permanecem trancadas; ao falar, nem sequer encontro as portas, muito menos os seus trincos.
Ao escrever, valho-me mais da memória emocional para resgatar recordações e construir pensamentos, do que das memórias de conhecimentos e episódios, embora a primeira, ao ser revivenciada, acesse as demais.
Talvez, falar requeira extraordinário esforço de meu cérebro. Ao escrever, poupo-me deste esforço, e concentro-me no que tenho a dizer, não no meio. Escrever parece-me muito mais natural e espontâneo, e por isso um meio melhor para me comunicar. Amo o silêncio, tanto quanto a música em volume alto, e detesto ouvir pessoas falando alto. Para mim, o alto volume na fala é uma agressão, e como toda agressão, um abuso de limites, um ato desnecessário que inibe outros sentidos, tanto em quem fala como em quem ouve.
Quando escrevo, sou normal; quando falo, sou esquisito – penso eu. Escrever permite ainda o desenvolvimento do monólogo, análogo a uma palestra e diferente de uma conversa, na qual a interrupção do interlocutor desvia o andamento lógico, a continuidade que se estenderia até uma conclusão e o final do que se pretende ser dito.
Escrever é, portanto, um eficaz meio de fazer-se "ouvir" até o fim, pelo menos por quem ao ler, compreenda o que foi escrito.
– Gutto Carrer Lima
Ao escrever, valho-me mais da memória emocional para resgatar recordações e construir pensamentos, do que das memórias de conhecimentos e episódios, embora a primeira, ao ser revivenciada, acesse as demais.
Talvez, falar requeira extraordinário esforço de meu cérebro. Ao escrever, poupo-me deste esforço, e concentro-me no que tenho a dizer, não no meio. Escrever parece-me muito mais natural e espontâneo, e por isso um meio melhor para me comunicar. Amo o silêncio, tanto quanto a música em volume alto, e detesto ouvir pessoas falando alto. Para mim, o alto volume na fala é uma agressão, e como toda agressão, um abuso de limites, um ato desnecessário que inibe outros sentidos, tanto em quem fala como em quem ouve.
Quando escrevo, sou normal; quando falo, sou esquisito – penso eu. Escrever permite ainda o desenvolvimento do monólogo, análogo a uma palestra e diferente de uma conversa, na qual a interrupção do interlocutor desvia o andamento lógico, a continuidade que se estenderia até uma conclusão e o final do que se pretende ser dito.
Escrever é, portanto, um eficaz meio de fazer-se "ouvir" até o fim, pelo menos por quem ao ler, compreenda o que foi escrito.
– Gutto Carrer Lima
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